sábado, 27 de agosto de 2011
A solidariedade americana em momentos de aperto
não existe. No meio do furacão, é cada mulher por si e cada garrafa de água a 4$.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Os Estados Unidos da América
Os Estados Unidos da América são um país muito, muito grande que tem dois oceanos, um dum lado e outro do outro, e também tem carros e rios.
Nos Estados Unidos da América há senhoras gordas e senhoras magrinhas de biquini que andam de patins, foi o que o meu pai disse. A minha mãe disse que era melhor o meu pai calar-se se queria ver alguma acção nos Estados Unidos da América. Parece-me que os meus pais querem ir lá ao cinema.
Eu quero muito ir aos Estados Unidos da América ver os montes e as luzinhas. Já fui uma vez a um piquenique no Monte da Virgem que tem luzinhas da RTP e gostei bastante porque havia panados e omelete e como eu não gosto de omelete
A comida nos Estados Unidos da América é estrangeira mas é boa, não é como em São Tarém. Eu não gostei muito de São Tarém mas não disse.
Vai ser muito bonita a viagem aos Estados Unidos da América.
Gudebai!!
Wiwia
sábado, 20 de agosto de 2011
O Papa tem um blind date
Se eu bem entendi, o Papa convidou uma recordista espanhola com agorafobia para sair. Ela aceitou, só por ser ele, mas avisou que ia de olhos fechados.
Nem 100 anos me chegavam para entender estas relações modernas.
Nem 100 anos me chegavam para entender estas relações modernas.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Tenho uma casa na padaria
"Acho que não chego para ti."
"O quê?"
"Acho que não chego para ti, que não sou suficientemente bom para ti, que conseguias arranjar bem melhor que eu."
"Que disparate, tontinho. Eu adoro-te como tu és. Dá cá beijoca. Vais comer esse rissol?"
O tontinho tem razão.
Ele vai ler mais livros, praticar mais desporto, querer ir ao teatro e conversar, embaraçado, com as pessoas interessantes que ela conhece.
Ela vai ver mais Anatomia de Grey, comer batatas fritas, deixar de ler o jornal e sentar-se no brilhantismo medíocre porque ele gosta tanto dela assim.
Ele vai crescer, ela vai parecer mais pequena.
Temer é preciso. Quando não, um mais um concorrem para o mesmo fim, um farto saco vazio daquilo que foram,
li na Maria.
"O quê?"
"Acho que não chego para ti, que não sou suficientemente bom para ti, que conseguias arranjar bem melhor que eu."
"Que disparate, tontinho. Eu adoro-te como tu és. Dá cá beijoca. Vais comer esse rissol?"
O tontinho tem razão.
Ele vai ler mais livros, praticar mais desporto, querer ir ao teatro e conversar, embaraçado, com as pessoas interessantes que ela conhece.
Ela vai ver mais Anatomia de Grey, comer batatas fritas, deixar de ler o jornal e sentar-se no brilhantismo medíocre porque ele gosta tanto dela assim.
Ele vai crescer, ela vai parecer mais pequena.
Temer é preciso. Quando não, um mais um concorrem para o mesmo fim, um farto saco vazio daquilo que foram,
li na Maria.
Etiquetas:
Le goût des autres
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
A apanha do tomate
Hum... cheira-me, pelo que vejo dentro e fora da blogosfera - sim, obrigo-me a sair de casa uma vez por semana - que anda por aí um generoso monte de expatriados jovens - trintões, vá -, bem formados e empregados, a reunir coragem para voltar a Portugal. E sim, parece que já ultrapassaram a fase de ganhar tom..., coragem para assumir que querem voltar a Portugal. Não é fácil assumir decisões viscerais perante os outros, eu sei. Parabéns sinceros.
Resta ver do efeito na nação. Eu acho que tem tudo para ser bom. Não sei lá de índices de produtividade e consumo e o camandro, mas mais umas carinhas larocas em cabeças arejadas são sempre bem vindas. Vinde a nós, vinde.
Resta ver do efeito na nação. Eu acho que tem tudo para ser bom. Não sei lá de índices de produtividade e consumo e o camandro, mas mais umas carinhas larocas em cabeças arejadas são sempre bem vindas. Vinde a nós, vinde.
domingo, 14 de agosto de 2011
Metade de nós é ausência
De férias, com sorte, perde-se a noção dos dias. Numas férias a valer esquece-se de como é quando se trabalha. De repente ali estamos, a falar de barriga cheia sobre papos para o ar, chocos grelhados e areia a escaldar nos pés. Dois dias depois, a bigorna do despertador e o calvário da hora de ponta. A areia quente desaparecida dos pés é a longínqua lembrança a que nos agarramos para sobreviver ao inverno.
Penso que gosto de torradas. É uma assumpção, tomo-a por garantida. É preciso que me falte a manteiga para me lembrar que não, não é de torradas que eu gosto. É só de torradas com manteiga.
Vamos jantar. Gosto de jantar. Daqui até ao jantar tudo são as horas que faltam até irmos jantar.
Gosto de ti pela tua falta. Por ter sido na ausência que te conheci e porque em cada ausência tua me assomas como a manteiga, sorrateiramente fundamental. Metade de nós é ausência e, se não fosse a ausência, metade de nós não era. Adoro que me faltes.
Penso que gosto de torradas. É uma assumpção, tomo-a por garantida. É preciso que me falte a manteiga para me lembrar que não, não é de torradas que eu gosto. É só de torradas com manteiga.
Vamos jantar. Gosto de jantar. Daqui até ao jantar tudo são as horas que faltam até irmos jantar.
Gosto de ti pela tua falta. Por ter sido na ausência que te conheci e porque em cada ausência tua me assomas como a manteiga, sorrateiramente fundamental. Metade de nós é ausência e, se não fosse a ausência, metade de nós não era. Adoro que me faltes.
Só um arranhão.
O silêncio nesta casa é muitas vezes ensurdecedor. Hoje ainda não liguei a música.
É para me ouvir melhor.
Mudar de vida assusta. Fui eu que quis, é certo, despedi-me e voltei a despedir-me depois de uma contraproposta com cargo bonito e tudo. Eu sei. Agora espero. Às vezes dou por mim a desejar ter que mudar de cidade por um emprego. Por uma vez, uma mudança drástica vinda de fora. Já me auto-infligi tantas.
Convenci-me ao longo da vida de que gosto de mudar. Confesso que hoje não sei se é gosto ou tique ou fuga. A familiaridade assusta-me quando não gera contenda.
No meio de tudo isto, consola-me saber que, coerentemente, amanhã a minha opinião já mudou e acordar em silêncio vai-me parecer o éden.
É para me ouvir melhor.
Mudar de vida assusta. Fui eu que quis, é certo, despedi-me e voltei a despedir-me depois de uma contraproposta com cargo bonito e tudo. Eu sei. Agora espero. Às vezes dou por mim a desejar ter que mudar de cidade por um emprego. Por uma vez, uma mudança drástica vinda de fora. Já me auto-infligi tantas.
Convenci-me ao longo da vida de que gosto de mudar. Confesso que hoje não sei se é gosto ou tique ou fuga. A familiaridade assusta-me quando não gera contenda.
No meio de tudo isto, consola-me saber que, coerentemente, amanhã a minha opinião já mudou e acordar em silêncio vai-me parecer o éden.
sábado, 13 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
A manada II
Os homens levam os gadgets para férias. Nos porta-moedas, as facturas de gasolina de todo o mês. Os homens pedem às mulheres que lhes guardem as coisas nos sacos de praia. As mulheres andam carregadas. Os homens caminham à frente e olham para trás. Riem-se uns para os outros e dizem que as mulheres são umas complicadas, andam sempre carregadas com tralha que de certeza nem chegam a usar.
domingo, 7 de agosto de 2011
In this shirt I can be you
Por uns dias, semanas, meses, quiçá, vou andar inevitavelmente obcecada pelo tema de trocar de papéis, de viver a vida de outro.
A música serve-me mas não sei se vai ficar bem. Como tenho aversão a circo em geral e a palhaços em particular, tive que colar isto de olhos fechados.
A música serve-me mas não sei se vai ficar bem. Como tenho aversão a circo em geral e a palhaços em particular, tive que colar isto de olhos fechados.
sábado, 6 de agosto de 2011
A mais bonita história que já ouvi.
As oportunidades não caem do céu, disseram-lhe toda a vida. A dela caiu-lhe numa mesa e ela então desconfiou. Não a quis mas fitou-a, da cadeira pesada, por quatro enamoradas horas. Ninguém a queria, ninguém a reclamava, não haveria de ser preciosa, levá-la-ia para casa ao picar do ponto. Nesse dia a sua vida mudou, tomou de intravenoso aquele caderno de linhas, e a vida dele nas suas mãos passou a ser a vida dela.
Foi a mais bonita história que já ouvi. Resta-me agora esperar que ela a conte.
Foi a mais bonita história que já ouvi. Resta-me agora esperar que ela a conte.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
A manada
Convenhamos. O mais giro das férias em grupo é observar as irritantes obsessões rotineiras dos compinchas de viagem. E acabar a semana com a certeza de que eles não toparam as nossas.
Até porque nós não as temos.
Até porque nós não as temos.
Assinar:
Postagens (Atom)