segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Afinal há baile.

E é já daqui a 15 dias, no opulento e bafiento-como-se-quer Ateneu Comercial do Porto.

Obrigada, sempre-atento-e-nada-bafiento Sr. Indieotta.

domingo, 27 de novembro de 2011

girls like them



domingo, 20 de novembro de 2011

Oh.


Não percebo porque* já não se fazem bailes. Um salão, um palco, uma guitarra, uma bateria, um baixo, umas taças de ponche, uma fita no cabelo, uma saia rodada. Eu ia.



*revisão ortográfica de Anão Não Tão Gigante

Aproveitei e mudei a musiqueta: os mesmos Zombies, noutras bocas. Ouvi esta semana e pareceu-me ferpeita para um Bal Nouveau.

sábado, 19 de novembro de 2011

Much ado about nothing

Andei a manhã toda de lábio descaído e tremelicante, a inspirar o ar decadente de rabanadas que vinha de casas da vizinhança. Dei por mim a reviver com demasiada nitidez o despertar mais cedo que o costume na véspera de Natal, entusiasmada pela chegada dos miúdos de Lisboa - de tão longe vinham, como sabiam de cor o caminho? - e sobretudo compelida pelo aroma da canela e do limão e do mel a ferver preguiçosamente no tacho da calda. Era um dia enorme, bagucento, o segundo melhor do ano, e tudo corria como se esperava, com as mulheres e os maridos, naturalmente os miúdos, que éramos nós, naturalmente como já nada é hoje aqui nesta casa, que fica por cima das casas que cheiram a rabanadas quando é suposto, como é natural.

Saí à rua. Uma carrinha de farturas estacionada à porta.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

E rápido.

...
i wish i was the brakeman
on a hurtlin fevered train
crashin head long into the heartland
like a cannon in the rain
with the feelin of the sleepers
and the burnin of the coal
countin the towns flashin by
and a night that's full of soul

...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Demência precoce

Entrou com ribombante estrondo e disse um olá esbaforido à mesa. O sobretudo grosso agarrou-se à toalha aos quadrados, que foi arrastada até à cadeira ao lado da minha, enquanto várias mãos apanhavam os copos que tombavam um atrás do outro. Sentou-se e olhou-me nos olhos gravemente enquanto descartava o capuz molhado da chuva. "Ouve com atenção, não tenho muito tempo e o motorista está lá fora à espera", sussurrou. Meteu a mão ao bolso para tirar um moleskine minúsculo marcado numa página. "Vês, está aqui o teu nome. Restless souls. Vai ser um documentário. Já tenho muito material e queria filmar-te a ti aqui no Porto. Somos tantos, W., tantos. Tu percebes, não percebes? Era importante para mim." Os meus olhos mexiam da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, acho que acenei que sim. Ela pousou a mão na minha, apertou-a e disse "Obrigada. Agora tenho que ir. Divirtam-se e desculpem não poder ficar."

Saiu antes de eu fechar a boca.

Pousei a cabeça no ombro do meu homem e nessa altura, éramos novos, rimo-nos todos em uníssono.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O truque

é casar antes da primeira discussão. Abdicar de tudo em que se acreditava antes também ajuda mas não é propriamente obrigatório, o importante é marcar muito rapidamente o sítio e, caso já esteja tudo esgotado, fazer a coisa na praia e convencer-se de que sempre foi o seu sonho. Ainda que seja em Janeiro.

Não sei se já referi, mas é necessário que seja rápido. É que assim também dá uma impressão de impulso romântico avassalador e ganha-se o epíteto de "ganda maluco/a".

Depois é uma questão de se ser rápido a conceber a criança. Pela altura em que os ténis do futebol em cima do tapete e o ranger dos dentes dela noite dentro começarem a chatear a sério, já não há nada a fazer.

Chop-chop.

sábado, 12 de novembro de 2011

hold your lover down and tie her to the ground

É um conselho e é bonito, não é malcriadice.





quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A chuva no Porto

bate nos paralelos, trepa até aos ossos e faz assim.