terça-feira, 28 de junho de 2011

"Problemas do fórum

emocional", disse ele.

Eu sei que vocês me acham má pessoa e pensam que seguramente terei ouvido mal, até porque além de besta também sou um bocado surda do lado esquerdo, por isso pedi-lhe...

..."Não te importas de deixar isso em acta?"

E ele deixou.

Palminhas.

Sinto-me tão sexy

com este cheiro a sardinha assada e farturas.

E para os que vão a guiar, aqui fica uma musiquinha muito bonita. Também é sexy. Cautela.

domingo, 26 de junho de 2011

Good things come to those who wait,

disse ela.

Por isso é que eu chego sempre atrasada. Ninguém me entende, hmmpf.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Época balnear

Maminhas e rabinhos. Cabelinhos despenteados. Risinhos e cremes. Espalha espalha.

Gajos, nem vê-los.



Não se podem levantar da toalha.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

mentirinhas bonitas

terça-feira, 21 de junho de 2011

Piurso

Quando era pequena pensava que esta palavra - piurso - era uma amálgama da expressão "pior que um urso".

Agora que sou grande e investigo palavras, estou no caminho para ter 98% de certeza.

Em conclusão, não sei para que serviu tanta escola.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Um abraço

do tamanho de tudo o que brilha, de tudo o que é nobre e mais verdadeiro, que nos enche os olhos e fecha as gargantas. Um abraço do tamanho de toda a vida, ao melhor homem do mundo.

sábado, 18 de junho de 2011

silogismo

Se
a mulher goza o momento
e
a vida é um conjunto de momentos
logo
a vida goza com a mulher.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

a ténue fronteira entre, vocês sabem.

Se a cada mês de vida me sentasse a fazer um balanço - não, de pé não - concluía que todos os meses têm coisinhas pequeninas aguçadinhas. Como uma areia no olho ou a caruma que se me espeta no rabo sempre que me sento na tenda de campismo em biquini. São coisas que as pessoas são, ou coisas que as pessoas são incapazes de ser, que deixam cicatrizes e mais um milímetro de testa a cada mês que passa. Mas dizem que trazem montes de vantagens. Os dramas e as desilusões deixam dores crónicas que não permitem esquecer erros e obrigam a pensar três vezes antes de repetir uma encrenca, tipo aqueles 3 segundos de hesitação antes de meter à boca o pimento padrón que toda a gente à mesa já avisou que asfixiava.

Portanto, há dores dessas, que são pa' meninos e que não interessam pevide - a malta diz que eu escrevo muitos palavrões, ando a munir-me de um arsenal maricas de alternativas -, e depois há as dores a sério. Dores para homem. Simétricas e deliciosas, quem dera que nunca passassem.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Deixa-me só explicar-te.

Não, estúpida da merda, tu não és a dona. Nunca foste nem nunca serás.

domingo, 12 de junho de 2011

Vocês que percebem de psicologia.

Hoje acordei e cambaleei, como sempre, até à cozinha. Ligar a máquina de café. Tirar uma chávena só com um olho. O costume. Em cima do fogão estava um copo de cocktail, daqueles em que se põe o dry martini com uma azeitona - isto deve ter um nome próprio mas não vou googlar - meio cheio com qualquer coisa transparente e uma vela em forma de "S" a flutuar no líquido. Não me lembrava de nada daquilo, mas bom, a noite de ontem não foi propriamente lúcida. Ao lado do copo estava um livro de receitas de cocktails e uma notícia sobre um blogue. Impressa.

Quando me acerquei do papel para o ler, notei que no lugar do forno estava a máquina da loiça. E no lugar da máquina da loiça, o forno. Assustei-me um pedaço e tentei lembrar-me do que aconteceu antes de aterrar redonda na cama - já uma vez me deitei com um sari indiano em mau estado e acordei desmaquilhada e de pijama, não é assim tão estranho. Não me lembrava. Liguei à minha irmã. Quando me atende, reparo que me falta a máquina de lavar roupa e percebo finalmente que a minha casa foi assaltada.

Foi, não. Estava a ser.

Pela varanda da sala, um casal despojava a minha casa dos aparelhos eléctricos mais valiosos. Quando dão pela minha presença, à porta da sala, de robe (por pura sorte) e telemóvel na mão, tentam saltar da varanda. Ele consegue, ela torce o pé. Reconheço-a, é minha colega de trabalho, francesa, e está ali, deitada no chão da minha varanda ao pé do LCD. Agarro-lhe na mão e trinco-lhe as pontas dos dedos um a um, com os incisivos. Sinto a carne a romper-se. Ocorre-me que lhe estou a estragar as impressões digitais, que burra.

Algures no processo, vi um anúncio televisivo - sim, o LCD estava na varanda, não sei - no qual dois cães, um deles o meu, faziam uma viagem em jeep ao pôr-do-sol. Não estavam alegres à cão, estavam mais pensativos e confiantes naquele fim de tarde.

E então acordei outra vez.

Analyse that.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O dom da obliquidade,

disse ele.

(He.)

(Hehe.)

(Hehehehe.)

(Hehehehehheehehehhehehehe.)


(Ahahahahhahah)
ahahhahahahahahhahahahahahh!!!


Sou má pessoa.


I deserve a good spanking.
And then...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Toda a gente gosta de gostar?

Cruzo-me amiúde com clichés. Nas ruas da baixa à noite, no trabalho de dia, no ginásio uma vez ao mês, nas barracas de farturas ao fim de semana, nas bombas de gasolina ao domingo à noite, por aí. Há gente que não gosta de outro porque não quer arriscar a liberdade, há gente que tem mesmo muito medo sincero de se magoar, há gente para quem ninguém chega (ou não chega para ninguém), há gente que tem vergonha do que é e pânico de ser visto por dentro, há gente focada na carreira, há gente presa à família, há gente que gosta de demasiada gente e não é capaz de escolher.

Já tentei entender sozinha mas não consigo. Há mesmo quem não goste de gostar?

E, já agora, quantos de vocês tiram a grainha às uvas? É outra coisa que me intriga e assim faleciam os dois coelhos.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A origem da rivalidade Lx-Porto

1'00''- 1'16''. Elementar.

Estória

Detesto esta palavra. Simplesmente não tem um espaço semântico livre para ocupar na língua. Anda ali a roçar o rabo nos espaços das outras, tipo a minha tia quando quer provar as nossas sobremesas, porque ela não, que horror, ela nunca pede sobremesa mas vai-se a ver acabamos sempre na beirinha da cadeira e sem colheres na mão. E assim se cultiva a fama de ser diferente das outras.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Diabetes da pinha

Sem jantar, estou enjoada. Não tolero conversas doces, está agora cientificamente provado.

domingo, 5 de junho de 2011

"Quem não se sente não é filho de boa gente",

ouvi uma dúzia de vezes. Diziam-me que não estava bem que não me incomodasse com ocasionais trocas de nomes, com mensagens de ex-namoradas e fotografias esquecidas em gavetas fechadas. Não estava bem. Mas eu tinha vinte anos e acreditava que a transparência despia. E que as histórias mereciam respeito e tinham um lugar no presente, indissociável das pessoas que somos neste minuto que passa. Era detentora, portanto, de uma auto-confiança do tamanho de um mamute depois do almoço de domingo e de uma visão periférica de 360 graus, que usava sem sequer tentar. Coisas próprias da idade.

Os anos avançaram e vieram as chagas para lembrar que há um fim e coisas ainda piores que fins. Hoje, à janela, enquanto escrevia a uma amiga precisamente o contrário, apercebi-me de que.

Sou exactamente a mesma substância. Sou os mesmos erros, sou a mesma inconsequência consciente e o mesmo entusiasmo, gosto despreocupadamente, não tenho medo absolutamente nenhum de me magoar até me magoar, acolho o "dark side" hospitaleiramente, vivemos bem os dois e acreditamos que a vida acontece nos intervalos, naqueles minutos em que tudo pára e só se ouve.

Tum-tum, tum-tum, tum-tum.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Aprender a cair. (esta merda não é uma metáfora)

É muito importante aprender a cair.
Se vais cair predominantemente sobre as pernas, o melhor que podes fazer é flectir a perna sobre a qual cais e dar ao chão a anca, a parte de fora da coxa. No momento do impacto, acontece que rebolas automaticamente sobre o rabo e assim os dados são menores. Sobretudo se tiveres um rabo como o meu. Se, por outro lado, cais projectado e é o tronco que sofre o embate, tenta colocar a mão na zona da anca, do lado oposto - se for o braço direito, é o lado esquerdo da anca - e dá esse ombro ao chão. Esta posição de bicho-de-conta ajuda-te a rebolar e a distribuir a força da queda por várias áreas que estão contraídas.
Se esta merda fosse uma metáfora da vida e dos amassos, não seria nada assim.