Os senhores da Ípsilon e assim são obrigados a deixar os artigos prontos na secretária antes dos concertos acontecerem, a sério. Eu conto como foi realmente o OPS Porto até agora, sem dizer "etéreo" nem "hipster".
Os The Drums queriam ser os The Smiths mas já não dá, já houve uns desses. Suede foi muito bom. As grandes expectativas em relação a Beach House derreteram-se numa coisa assim morna, com o alinhamento mais aborrecidamente criterioso que já se viu. Tanto M83 como Saint Étienne fizeram os camisas-de-flanela mais resistentes abanar o rabiosque, pimba tomem lá. Os Kings of Convenience queixaram-se de que o barulho dos outros palcos não os deixava entrar no mood certo para tocarem as músicas que queriam. Ainda esperámos todos um bocadinho em silêncio que acabasse o outro concerto porque eles pediram (juro, aconteceu, foi confrangedor), mas depois lá tiveram que tocar outras. Foi uma pena, as músicas que eles queriam mesmo tocar eram de certeza as boas. Uma das grandes surpresas foram os XX. Meteram muito medo às pessoas com aqueles olhos arregalados no vazio e a verdade é que resultou, toda a gente escutou com muita atenção e emoção contida. Mentira, alguns choraram, eu vi.
No geral, o Primavera Sounds foi muito fofinho, havia sacolas de pano que se
transformavam em toalhas de pequenique e bolsas pequeninas que eram
cinzeiros. Estava tudo muito organizado, havia pouquíssimas filas apesar do mar de gente, os concertos foram muito pontuais e o espaço esteve bastante asseado, até
porque 70% eram estrangeiros e usavam de facto os contentores do lixo e os cinzeiros. Também havia um wine bar que servia em copos de vidro com pé. Um festival decente, sem dúvida a repetir.
Se a direita tivesse um Avante, podia perfeitamente ser este.
domingo, 10 de junho de 2012
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4 comentários:
Os copos eram de plástico, mas pareciam de vidro. A organização disse que eram 50% os estrangeiros, mas pareceram-me mais. Havia demasiado lixo no chão no fim (principalmente garrafas de plástico), apesar dos imensos caixotes de lixos espalhados a malta atira para o chão. Gostei da maioria das 18 bandas que vi, mas acho que os M83 foram os melhores que eu vi. Os king estiveram bem, estás a ser mazinha com eles no teu comentário!
É óbvio que estiveram bem. Musicalmente muito bem. Só não se inteiraram do código de conduta social do Mediterrâneo antes de virem.
Os M83 foram do melhor que lá esteve, mas não respeitaram quem pagou bilhete para os ver. Foi pouco,muito pouco. Os XX foram muito limpos, muito colados às versões do disco. A coisa safou-se mais pelo ambiente, pela organização e pela beleza do lugar do que pela música. Ainda assim, o saldo é positivo.
Maria, concordo com o saldo sem qualquer dúvida. Quanto à duração de M83, eu já tenho uma certa idade e tudo o que comece depois da meia-noite parece-me que nunca mais acaba, portanto nem notei.
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