segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Achados os perdidos

No fim do verão disse qualquer coisa sobre uns posts manuscritos e perdidos entre a Hungria e Portugal.

E isto que se segue é dedicado a todas as pessoas que ao longo dos anos gentilmente acreditaram em mim e repetiram distraidamente, enquanto enviavam sms ou limavam as unhas, que "Tu não és propriamente desorganizada. És organizada à tua maneira, vá." Lembram-me sempre o Sir Launcelot e o gentil Concorde. Mas bom, não era nada disto que eu vinha aqui dizer. Vamos lá ao que não interessa.

29 de Agosto de 2010

Eu e a Teixeirinha somos umas pestes. Não comemos criancinhas ao pequeno-almoço mas também não queremos comer o pequeno-almoço com elas. Nem o almoço. Nem o jantar. Por isso, temos vindo a limar nas nossas cabecinhas o conceito de "children-free-zone". Não as queremos na nossa zona do restaurante nem da piscina nem do avião.

Não gosto de crianças, ponto. Disse-o.

Gosto, isso sim, de putos. Levantaram-se quando eu cheguei, eu pedi desculpa por incomodar, eles disseram que não fazia mal e retomaram as suas actividades infantis - o de 13 lê uma IT Expert em formato A3 e o de 9 vai a meio das suas 400 páginas do "Senhor dos Anéis". Em alemão. São portugueses.

De vez em quando interrompem a brincadeira e falam um com o outro:
- Amanhã quando acordar queres que te acorde?
- Só se for depois das 8h.
- Está bem mas depois não te queixes que chegaste tarde.
- Então OK, desde que seja depois das 7h.

Chega o jantar e eles querem água das Pedras.
Hospedeira - Só um momento, que a minha colega já vos traz.
Puto - Desculpe.
H - Ora essa.
P - Obrigado.

O jantar chega e no fim sobra.
- Pai, comes o resto?

Um filme a preto e branco rouba-lhes a atenção. Riem-se do Chaplin em surdina, sabem-me ao lado a anotar Ppts e pensam talvez que seja importante.

Não julgue, porém, o caro leitor que o meu coração amoleceu. Finco o pé nas tão desejadas children-free-zones. Venha tudo o que é puto, venha, mas que fiquem em casa os criançolas dos pais que deixam qualquer poiso público virar circo, que eu não tenho que levar com a falta de modos dos pequenos trintões.

Um comentário:

Calíope disse...

Onde é que se assina? (É que eu não li isto na primeira leva)