sábado, 6 de novembro de 2010

Cair devagarinho

No amor como nas quedas, para mim a coisa tem que ser rápida. (Sim, mentes do demo, façam lá todos os possíveis trocadilhos com o acto sexual. Eu espero, vá. Pronto.) Infantil e palerma que sou, não concebo conhecer alguém, dedicar-me a conhecê-lo melhor, gerar laços de amizade e construir bases de confiança, deixar que o tempo me mostre se tem genuínos bons fígados e então, só então, procurar uma aproximação especial, uma tentativa de saída a dois, porque nos entendemos, porque nos damos bem, e esperar que a coisa cresça de ambos os lados para um sentimento gémeo de amor, harmonioso com o anterior, mas maior, mais forte, cintilante, nobre. Eu não. O amor que eu concebo é mais do tipo despenhar-me em terreno baldio. No meu conceito de amor, não cabe a ponderação, não sobra tempo para dissecação porque não é necessária. Ou, no inevitável, torna-se acessória. Paixão, direis vós. Amor, direi eu, que não o sei de outra forma.

Contudo, ontem ouvi-me proferir as palavras Não estarás agarrado a um conceito dos nossos 15 anos e a perder uma boa oportunidade de a conheceres melhor amanhã? Pareci acreditar por segundos em cair devagar, estilhaçar aos poucos e devorar com calma.

E vós, como amais?

5 comentários:

Luiz Pacheco disse...

Estimam-se que existam, actualmente, 7 mil milhões(escreveria por extenso mas não tenho zeros) de respostas diferentes a essa pergunta. Miguel Esteves Cardoso escreveu a certa altura assim: "O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição."
Um dia vi e guardei para mim a resposta de um rapaz de 4 anos, chamado Billy, à pergunta "What is Love?": "When someone loves you, the way they say your name is different. You just know that your name is safe in their mouth."
Eu continuo a acreditar que definir,ainda que tão bem como tu,é restringir. Definir como é, ou o que é, implica que haja uma extensão, um limite, que para mim não existe. Ninguém faz regras, a estatística,mesmo que bem manipulada, não funciona aqui, nem a linearidade. Nisto ninguém é, reinventa-se. Desçamos à terra e despenhemo-nos em baldios, sem PDM's.

Calíope disse...

Olha, eu debato-me presentemente com temática idêntica. Por norma sou racional e sensata, mas quando alguém me activa os sentidos está tudo (mais ou menos) perdido... não sei pôr travões. E claro está depois fico sempre a achar que devia ter ido com mais calma, que tanta sede ao pote não iria trazer bons resultados e isto e aquilo. Mas lá está, não sei sentir de outra maneira... ou por outra, de outra maneira não é sentir, é pensar.

Wiwia disse...

@Luiz: "Nisto ninguém é, reinventa-se" chegava para me convencer. Obrigada.

Wiwia disse...

@Calíope: Debates-te presentemente? Eu debato-me sempre. :)

lampâda mervelha disse...

O amor é como as pessoas, um lugar estranho.

http://www.youtube.com/watch?v=y4hPnZUMBwA&feature=player_embedded#!