Os meios de comunicação social agarram-se constantemente a pequenices com o objectivo óbvio de distrair as massas do que é verdadeiramente importante. Durante dias há audiência garantida em torno do "lapsus linguae" deste ou daquele representante político. Eu cá acho muito pouco nobre e ainda menos inteligente que se compactue com isto, que se continue a alimentar de bandeja a máquina mediática de sanguessugas das palavras em falso.
Caramba, toda a gente sabe que não era exactamente aquilo que o Cavaco queria dizer. O que o Cavaco queria dizer é que, face às despesas que ele tem, o dinheiro é pouco. E ele tem muitas despesas porque desde cedo estudou muito, por conseguinte tornou-se muito bom naquilo, consequentemente teve bons empregos com bons salários, investiu bem o dinheiro, adquiriu imóveis e formou família. Hoje em dia, a simples manutenção deste património não sai barata, naturalmente. Qualquer um entende isto e qualquer um pode fazer o mesmo: estudar.
Este episódio lembra-me aquele recente alvoroço em torno das palavras de Ferreira Leite sobre o pagamento inevitável dos cuidados de saúde. Toda a gente sabe que a senhora não queria propriamente enviar para a vala comum os septuagenários da hemodiálise, está claro que não. Agora que podiam ter educado melhor a sua função renal, isso podiam. Se todos os portugueses trabalhassem mais para a excelência, como o Sr. Cavaco e a Dona Ferreira Leite, pois está visto que escusavam de andar para aí a mendigar tostões ao estado e a esmiuçar as palavras inocentes de quem trabalha a sério.
sábado, 21 de janeiro de 2012
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9 comentários:
Ainda bem que há pessoas com a cabeça no sitio e que param para pensar e analisar objectivamente o que é veiculado pelos media. Wiwia, convido-te a participar no esforço que estou a promover lá no meu estaminé, vejo que tens boa vontade.
"por conseguinte tornou-se muito bom naquilo, consequentemente teve bons empregos com bons salários, investiu bem o dinheiro, adquiriu imóveis"
este trecho leva-me a concluir que todo o teu texto é sarcástico.
Prezado,
Tenho. Vontade e tinta.
Caramba José,
Não sejas assim.
Um bocadinho menos de sarcasmo e um nadinha mais de esforço e empreendedorismo e serias um português bem melhor.
É verdade, José, ainda chega aqui uma brisa a gambas de vez em quando. Nossa senhora, aquilo está podre.
Realmente é mais fácil comentar os floreados que o essencial...
(mas estou como o Zé, houve ali um momento em que fiquei a pensar se estarias a ser irónica ou não)
"Agora que podiam ter educado melhor a sua função renal, isso podiam."
Ainda bem que abri a caixa de comentários, porque até agora estava na dúvida se estarias a falar sério ou não!
Agora que compreendi a ironia, gostei bastante do post!
*
Ironia, qual ironia? Sua... sua... privilegiada.
Aproveitaste a maré dos comentários, eis o que foi.
Honrada por saber que Vos confundi :)
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