Se isto se chamasse "As coisas que me fazem rir" ia parecer muito foleiro e ninguém ia ler. Assim, é na mesma muito foleiro mas alguns hão-de cair na esparrela.
Um dos filmes que me faz rir, muito e sempre, é o The Quest for the Holy Grail, dos Monty Pythons. É um filme básico: o cómico de personagem assenta na paródia de figuras históricas e de estereótipos nacionais e políticos (a anarcho-syndicalist commune atira-me para o chão) e o de situação em clássicos de nonsense repetidos na prosódia certa até ao ponto em que uma pessoa - espero que haja outras pessoas além de mim - aguarda em tensão e histerismo contido pelo próximo "shrubbery" ou "I want to sing and". É básico, eu sei. Até porque já o disse.
Uma pessoa que me faz rir é o meu irmão. O gajo é tão certinho que mete nojo. Chega cedo a todo o lado - quando eu chego, 30 minutos mais tarde, juro que lhe vejo os braços cruzados e a capa escura a esvoaçar por entre os holofotes da vergonha que me ofuscam enquanto rastejo em súplica até aos presentes -, tem uma namorada bonita e bem comportada há muitos anos, lava o carro, sabe usar um berbequim e come saudavelmente. Mas o tipo tem um problema (além destes outros todos): quando ri a sério, sufoca. Quando acha mesmo piada a alguma coisa, fecha os olhos e desata aos murros no peito porque perde o ar. É hilariante.
E cães. Bolas, os cães. Eu não sei ser uma pessoa espiritual - já tentei, mas depois dá-me a fome - mas tenho uma grande percentagem de certeza que já fui ou estou muito próxima de ser cão numa outra existência qualquer. Passo horas a coçar os olhos com os pulsos. Escondo coisas quando as pessoas chegam cá a casa e abro a porta a arfar. (Sim, devia arranjar uma empregada doméstica regular.) Quando gosto muito de alguém, a minha coisa favorita é esconder a cara em covas como aquela entre o pescoço e o ombro ou o interior do cotovelo. E podia passar um dia inteiro a coçar as costas na relva, é essa a verdade. Rio-me muito com os cães e prefiro estar sozinha com eles. As pessoas inibem-nos.
Eu costumo querer dizer alguma coisa com os posts que escrevo. Desta vez chego ao fim sem dizer nada. O importante no meio disto tudo aconteceu antes do post e não é da vossa conta. Mas fez-me rir tanto, oh tanto, tão tanto.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
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2 comentários:
valha me minha nossa senhora...quanta produtividade:)
porra, julgava que era o unico com a cena do interior do cotovelo...hmm...se fosse gajo para acreditar na santa reencarnação...eu teria sido um cão também? É possivel...se sim...um basset hound para andar a arrastar a barriga por ai
Como vamos de pulgas?
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