domingo, 19 de dezembro de 2010

A última ceia

Eu não tenho religião. Acho que também não posso dizer que seja ateia porque isso implicaria algum tipo de fé no contrário de uma coisa em que eu nunca acreditei. Não é por mal, a sério, só me parece um tanto disparatada a história da senhora que nunca fez sexo na vida e ooooops, caiu-se-me um bebé aqui pelo caminho, e do totó que diz que sim, claro, que assume a paternidade e que não foge com o ouro. Não vejo grande propósito em fugir com o incenso e com a mirra. A não ser que que houvesse hippies entre Belém e Jerusalém e aí o Zé fazia umas massas, até podia vender uns conjuntinhos bem bonitos de queimadores em carvalho escurecido com os pauzinhos de oferta.

Mas bom, fora o insólito do nascimento, eu até percebo como é que o Jesus granjeava simpatias. Para começar, era um tipo de barbas e cabelo comprido, com aquele mesmo ar alheado-sofredor do Kurt Cobain, coisa que inspira as massas. Depois, usava Birkenstock - ninguém tem coração para não gostar de quem usa Birkenstock, seria como não gostar de meninos do Laos para adopção. Por último, as tainadas. Venha lá quem vier, gajo que organiza jantaradas e multiplica o pão e o vinho à discrição é cá da malta, tem as ideias no sítio. Sabe que a melhor coisa da vida são os amigos. E as ceias.

Um comentário:

lampâda mervelha disse...

Fazer cadeiras e banquinhos com o pai, 'tá quieto.