A espera é subvalorizada. É no fundo na espera, e não na chegada, que se concentram as emoções mais intensas. Quando se espera tudo é possível, enquanto se espera percorre-se velozmente uma gama de emoções em potência e vive-se com a pele cada um dos cenários imaginários.
Veja-se eu, por exemplo.
Disse ao empregado que ficava à escolha dele. E agora estou para aqui a saborear, à vez, a de vinho branco com laranja a sério, a de vinho tinto com citrinos e mirtilos, a de Cava com frutos silvestres e a de espumante com citrinos e morangos. Quando a minha sangria de facto chegar, não tem como não ser uma desilusão.
sábado, 23 de julho de 2011
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8 comentários:
chama-se antecipação. há quem chegue ao orgasmo e aí sim, é uma desilusão para todos.
Incisiva como sempre! Espero que não te tenha saído na rifa a de pacote.
Uma vez escrevi qualquer coisa assim, todavia com frases mais correntes, claro, não sobre sangria, mas blind-dates!
Zé,
Depende. Caramba, nem parece teu. :)
Calíope,
Saiu-me a de Cava com frutos silvestres. Acho que era boa. Já não me lembro bem. :D
(Estou a brincar, era muito boa.)
(Eu não sou alcoólica.)
compreendo. no outro dia, enquanto esperava, comi um croissant de chocolate e bebi um sumo de laranja e uma meia de leite. já o JP teve tempo para comer dois croissants. foi muito melhor estar à tua espera do que ir para a praia.
Maria Biju,
Tu viste bem a nortada que estava naquela praia? E vocês nem chegaram a agradecer-me, patifes.
É a proverbial oposição, quem espera desespera ou quem espera sempre alcança.
Creio que talvez seja mais quem espera desespera até alcançar, mas também tenho o disjuntor filosófico avariado...
Eu não ouso discutir provérbios contigo. Tenho para mim que fedelha que berra bocado que perde.
Raramente se fazem bons negócios com "ousados de serviço".
Não faz qualquer sentido, eu sei, mas não podia deixar passar este mísero jogo de palavras em vão.
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